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Curiosidades Sobre a Lichia

 

 

A seguir, nesta página você vai encontrar muita informação curiosa sobre lichia. Essas informações vão ser-lhe úteis se você é um produtor, consumidor ou intermediário no mercado de lichias. Aproveite de nosso texto, o qual somos imensamente agradecidos aos pesquisadores que nos deram elementos para poder trazer até aqui essas valiosas informações.

 

 

Esses pesquisadores são brasileiros que estão no "front" de pesquisas, muitas vezes sem patrocínio, ajudando um Brasil de produtores angustiados com a falta de literatura específica sobre a cultura da lichia em território nacional.

 

 

Nossos agradecimentos a esses profissionais valorosos, em empecial aos pesquisadores Drs. Osvaldo Kiyoshi Yamanishi e Dr. Eduardo Lopes Motta.

 

Equipe Lichias.com

1. A lichia possui nutrientes essenciais e micronutrientes tais como diversos minerais e as vitaminas hidrossolúveis, especialmente a vitamina C.

 

2. A lichia possui quantidades apreciáveis de compostos de conhecida atividade antioxidante.

 

3. A lichia é da família das “sapindaceae”, termo proveniente do latim “Sapindus” e significa sabão da índia, pois “sapindus” provém de “sapo” = sabão e “indus” = índia, devido à presença de saponinas em seus frutos.

 

4. Em média, cada 100 gramas de lichia contém cerca de 65 calorias. Seus valores nutricionais médios são de 0,8 grams de proteínas, 0,4 grams de gorduras, 16,3 gramas de carboidratos, 02 gramas de fibra e 10 miligramas de cálcio. Esses valores são médios, tendo em vista a condição de produção de cada cultivar e também de cada espécie de lichia.

 

5. A pitomba, muito consumida no nordeste brasileiro possui frutos bastante atraentes e são da sub-família “Nepheleae” da qual a lichia faz parte. São por assim dizer, parentes próximos.

 

6. As flores da lichieira são pequenas, branco-esverdeadas e reunidas em inflorescências paniculadas axilares ou terminais com 8 a 10 estames.

 

7. A lichia possui alto teor de açúcares, minerais como potássio, magnésio e fósforo, vitaminas como riboflavina (B2), niacina (B3) e tiamina (B1).

 

8. Na gastronomia a lichia é utilizada fresca, enlatada, desidratada, processada em sucos, vinhos, liquores, picles, aguardentes, caipirinhas, compotas, gelatinas, iogurtes, sorvetes, tortas, bolos e uma série infindável de usos que dependem somente da criatividade. Existe uma receita de canapés de lichia com queijo gorgonzola que é uma iguaria dos Deuses.

 

9. A lichieira é originária da China, na sua região subtropical da província de Guangdong.

 

10. O cultivo da lichia está por todo o mundo, sendo descrita desde 1.500 anos antes de Cristo pelo povo Malaio e já há milhares de anos cultivada na China.

 

11. No mundo, a lichia foi registrada em Madagascar (1.802), no Brasil (1.810), na Austrália (1.854), no Havaí (1873), na Flórida (1.880), na Califórnia (1.897).

 

12. O termo “litchi” ou “Li-zhi” vem do dialeto chinês e originariamente significava a propriedade de “ser destacada do galho”. Com o tempo se descobriu que esse nome também se referia à propriedade de ocorrer uma rápida deterioração dos frutos após a colheita.

 

13. O principais produtores mundiais de lichia são a China, o Vietnã, a Tailândia, a Índia, Madagascar e a África do Sul.

 

14. Em 2004 se estimou que a produção de frutos de lichia no mundo situava-se perto de 2 milhões de toneladas.

 

15. A China responde por 80% da produção mundial de lichias, tem produzido em 2006 o equivalente a um milhão e 440 mil toneladas do fruto.

 

16. Na China as principais regiões produtoras de lichia são as províncias de Guangdong, Guangxi, Fujian, Hainan e Taiwan e nessas regiões as colheitas ocorrem de maio a julho de cada ano.

 

17. A maior parte das plantações chinesas de lichia foram criadas após 1.995, e foram desenvolvidas nas regiões montanhosas irrigadas. Nessa década de 90, o salto de produção decorrente desse investimento, elevou a colheita de 161 mil toneladas para mais de 590 mil toneladas.

 

18. Na China, a província de Guangdong é a que possui a maior área plantada, com mais de 300 mil hectares de cultura e cuja colheita superou 800 mil toneladas segundo dados de 2005.

 

19. Comparativamente a produção de lichia por hectare tem o seguinte panorama:
- Índia (Bihar)– 11,60 ton/ha
- Taiwan – 9,19 ton/ha
- Tailândia – 3,47 ton/ha
- Guangdong – 2,63 ton/ha
- Vietnan – 1,67 ton/ha

 

20. As variedades de lichieiras cultivadas no Brasil são predominantemente Bengal, Brewster e Americana, sendo que a comercialização dos frutos iniciou-se somente na década de 70.

21. No Brasil, o Estado de São Paulo é o maior produtor de lichias, sendo que em 2006 respondeu por mais de 90% da produção nacional.

 

22. A lichieira é uma árvore rústica e longeva. Exemplares com mais de 1.200 anos ainda florescem e dão frutos atingindo 10 a 12 m de altura e às vezes até 20 m nos espécimes mais antigos.

 

23. A lichieira praticamente dispensa tratamentos fitossanitários.

 

24. LICHIA OU LIXIA ? No Brasil, a Fruta Lichia também tem sido conhecida com a grafia "Lixia" ou "Lixias", porém a denominação e grafia corretas são escritas com "ch"

 

Veja a definição contida no DICIONÁRIO AURÉLIO

LICHIA [Do chin. li-chi; tax. Litchi.] 

 

Substantivo feminino. Bot. 


a) Gênero de árvores da família das sapindáceas, com folhas pinuladas e flores branco-esverdeadas, dispostas em panículas terminais; ocorre nas regiões quentes da Ásia. 


b) Qualquer espécie desse gênero, como, p. ex., a Litchi cinensis, cultivada pelos frutos edules. 

 

c) Qualquer fruto dessas árvores, esp. o da espécie Litchi cinensis, de arilo carnoso e branco. [Var., nesta acepç.: lechia.] 


d) Qualquer espécime desse gênero.

 

Então não tenha mais dúvidas, o correto mesmo é LICHIA !

 

25. A copa da lichieira é, em geral, arredondada, densa, compacta e simétrica com troncos curtos, grossos, retos e com raízes castanho-escuras acinzentadas. Os galhos se apresentam comumente em formato de “V” e são frágeis quebrando-se facilmente com a ação dos ventos.

 

26. As folhas da lichieira são pinadas, alternadas e compostas com 4 a 7 foíolos e medem aproximadamente 7 cm de comprimento.

 

27. As folhas da lichieira são verdes-escuro, lustrosa na superfície e verde-acinzentado no lado de baixo.

 

28. A inflorescência da lichieira ocorre em forma de panícula, produzida em ramo novo (do ano), com panículos terminais agrupados em 10 unidades ou mais. Os panículos tem de 10 a 40 cm. de comprimento e produzem centenas de flores pequenas, brancas, verdes ou amarelas e exalam um perfume distinto quanto em total floração.

 

29. As flores da lichieira tem de 3 a 6 mm de largura quando totalmente abertas sobre pendículos de 1,5 mm.

 

30. A florada da lichieira se inicia do final do inverno até o começo da primavera e depende essencialmente, dentre outros fatores, do estresse hídrico conjugado ou não com baixas temperaturas.

 

31. A produção da lichieira é alternante e depende do número de flores funcionalmente masculinas presentes por panículo.

 

32. Existem três tipos de flores nas lichieiras. Duas funcionalmente masculinas e uma feminina. As masculinas não possuem óvulo e as femininas são hermafroditas. A segunda variedade de flor masculina possui pistilo rudimentar e ovários não desenvolvidos.

 

33. Os frutos da lichieira demoram de 80 a 112 dias para amadurecer, dependendo do cultivar e do clima. A contagem desse tempo para o amadurecimento deve ser feita a partir do momento em que ocorre a abertura das flores, quando um ou todos os seus órgãos sexuais apresenta-se maduros e inicia-se o período reprodutivo.

 

34. Os frutos da lichieira são produzidos em cachos de forma e tamanho variáveis podendo ser redondos, ovóides ou em forma de coração, variando até 5 cm de comprimento por 4 cm de largura e 3 cm de diâmetro.

 

35. A casca da lichia é rugosa e de diferentes tonalidades de vermelho. A casca destaca-se da polpa facilmente quando madura. A casca é verde quando imatura.

 

36. A polpa da lichia é gelatinosa, translúcida, sucosa e não aderente ao caroço. A polpa pode compreender até 80% do fruto e apresenta sabor doce e aromático nos melhores cultivares.

 

37. A semente da lichia é única, marrom-escura e possui de 6 a 12 mm de largura e de 10 a 23 mm de comprimento.

 

38. Em algumas frutas de lichia podem ocorrer o aborto de sementes, conhecidas como “língua-de-galinha”, por serem pequenas e murchas. Essa ocorrência não altera o tamanho do fruto, mas aumenta a quantidade de polpa existente no fruto, tornando-as preferidas para o consumo.

 

39. A lichia da variedade bengal tem como característica frutos de cor vermelho-claro, moderadamente grandes, com sementes pontiagudas e amplas e em média somente 3% das sementes são abortadas.

 

40. A lichieira exige variações sazonais de temperatura para melhor florescer e frutificar. Para o desenvolvimento da gema floral, na maioria das variedades, é necessário um período frio de 100 a 200 horas entre 0 e 7 graus C, de preferência com baixas precipitações.

 

41. As lichieiras adultas podem sobreviver a temperaturas até três graus negativos, enquanto que as árvores novas devem ser protegidas do calor, geadas e ventos fortes. 

 

42. Os solos mais adequados ao cultivo da lichia são aqueles irrigados e ricos em matéria orgânica, com PH entre 5,5 e 6,0.

 

43. A fertilização de lichieiras jovens deve ocorrer de modo brando e com uso de fertilizante completo, ao passo que as lichieiras adultas necessitam de fertilização regular no período entre a primavera e o verão.

 

44. O melhor sistema de propagação da cultura da lichia é com o uso da técnica de alporque de ramos que já entraram em produção, caso contrário as novas plantas demoram de 6 a 10 anos para o início da frutificação.

 

45. A propagação por sementes não é ideal para os fruticultores devido à extensa jovialidade do exemplar sem que o mesmo entre em período produtivo. As plantas originadas por esse processo são conhecidas como “pés-francos”.

 

46. Para plantio de lichieiras por semeadura, as sementes podem ser mantidas viáveis por um período de até 8 semanas, se conservadas úmidas e cobertas por esfagno.

 

47. As lichieiras, apesar de resistentes, podem sofrer ocasionalmente infestações por ácaros, pulgões, brocas de tronco, lagartas, besouros, mariposas e abelhas.

 

48. As aves são um particular problema para lichieiras, pois são atraídas pelos frutos tanto verdes quanto maduros, exigindo por vezes a instalação de redes protetoras.

 

49. A lichia é fruta de característica não-climatéria, o que significa que sua colheita deve ser efetuada somente quando seus frutos estão perfeitamente maduros. O amadurecimento somente ocorre no pé. Se colhida verde, a lichia permanecerá verde, ácida e imprópria para o consumo.

 

50. Para a comercialização internacional da lichia, a fruta deve apresentar cor vermelho uniforme erelação de teor sólido solúveis totais / acidez entre 2 e 3 e um diâmetro do fruto superior a 25 mm.

 

51. Sob aspecto nutricional a composição do fruto pode variar muito, dependendo do tipo de cultivo, do clima, além do tipo e fertilidade do solo.

 

52. Da variedade dos cultivares chineses, 90% da produção de Taiwan é da variedade “Haak Yip”.
 

 

53. Na Austrália os cultivares mais explorados são da variedade “Kwai May Pink”.

 

54. As concentrações de vitamina C no fruto são influenciadas pela disponibilidade de luz. Quanto maior a quantidade de luz na região produtora, maiores as quantidades de vitamina C e de glicose nos frutos. O Estado de SP, por exemplo, recebe insolação solar média de 6 a 7 horas diárias dependendo da região do estado, enquanto que no agreste baiano essa média sobe a níveis de 8 horas diárias.

 

55. Para a lichieira, o excesso de nitrogênio ou fósforo no solo tende a diminuir as concentrações de vitamina C dos frutos, ao passo que o excesso de potássio aumenta sua concentração.

 

56. Análises de frutos revelaram uma quantidade de 27,6 mg de vitamina C por 100 g de fruto consumido. Nessa ótica, o consumo de 14 a 17 lichias ao dia dá ao usuário adulto toda a quantidade de vitamina C que ele necessita por esse dia.

57. Na composição de minerais dos frutos, observa-se uma sensível variação decorrente de condições geoclimáticas, maturidade do fruto, cultivar e práticas agrícolas, mas em modo geral pode-se dizer que a lichia apresenta um valor nutritivo apreciável devido ao seu alto teor em minerais como o zinco, o ferro, o magnésio e o cálcio, entretanto é fundamental a importância da especificação do cultivar, sua localização e métodos para análises laboratoriais para comparação de teores de minerais dos frutos. 

 

58. Você sabia que a riqueza de potássio e fósforo na lichia são superiores aos do pêssego, da laranja, da uva, da maçã e do morango. Os teores de fósforo da lichia são comparáveis aos da banana e os teores de vitamina C são comparáveis aos da laranja, do limão, da carambola da tangerina e do maracujá.

 

59. A desidratação dos frutos é considerada a principal causa da rapidez com que o fruto apodrece. As micro-rachaduras que ocorrem na superfície da casca aceleram o processo de desidratação e o conseqüente escurecimento dos frutos.

 

60. As antocianinas presentes na casca da lichia são potentes antioxidantes responsáveis pela coloração avermelhada da fruta.

 

61. Para um melhor aproveitamento dos frutos pós-colheita são necessários ainda muitos estudos para a elucidação completa do mecanismo do apodrecimento dos frutos. Com estudos mais desenvolvidos certamente novas técnicas de controle para maior aproveitamento dos cultivos surgirão.

 

62. Nas sementes de lichia são encontrados ácidos graxos de importância para a indústria. Esse fato nos faz crer que a variedade de lichia bengal, além de ser a de sabor de nossa preferência, também tem um importante subproduto a ser explorado, já que é a variedade que possui as sementes de maior dimensão.

 

63. As frutas e vegetais contém diversos compostos antioxidantes tais como a vitamina C, tocoferol, glutationa e carotenóides os quais podem contribuir para a proteção contra o dano oxidativo. A lichia tem também poder antioxidante.

 

64. Propriedades antiinflamatórias significativas foram encontradas nas folhas de lichieira, e quando utilizadas inibiram edema inflamatório sugerindo um mecanismo de ação com envolvimento imunológico nessas propriedades.

 

65. Em estudos sobre atividade anti-câncer “in vitro” e “in vivo”, constataram que o extrato aquoso do pericarpo de lichia exibiu grande inibição da proliferação e indução a apoptose das células cancerígenas.

 

66. O extrato aquoso da semente da lichia antagonizou a resistência à insulina em ratos com diabetes tipo 2. Esse extrato pode reduzir os níveis de TNF-alfa, hiperleltinemia e hiperinsulinemia, antagonizando a resistência, fortificando a sensibilidade à insulina, reajustando a lipodistrofia e o metabolismo irregular da glicose, reforçando a ação antioxidante e melhorando as funções do fígado e rim em T2DR.

 

67. Quanto a reações alérgicas, foi relatado caso de paciente atópico que sofreu uma reação anafilática após o consumo da fruta. A substância que desencadeou a reação foi a profilina, e está presente em quantidades significativas na lichia. O potencial alergênico da lichia diminui quando enlatada.

 

68. A fruta lichia começa a desidratar e escurecer assim que ocorre a colheita. Mecanismos de escurecimento, retenção de cor e manutenção da qualidade da polpa tem sido foco de muitas pesquisas.

 

69. Na China, o método mais antigo de processamento conhecido é a secagem da lichia para produção da chamada “nós de lichia”.

 

70. O enlatamento de lichia em calda compreende hoje uma pequena parte da indústria chinesa da lichia. No Brasil, Lichias.com inicia este ano (2009) a produção de lichia em calda.

 

71. A desidratação da lichia por processo osmótico não tem literatura disponível, mas no site http://www.rbgdr.net/032007/artigo8.pdf encontra-se um excelente estudo sobre o assunto e pode-se aplicar boa parte dos entendimentos ali contidos, no processamento da lichia.

 

72. A desidratação de frutos é um processo de fácil aplicação que, além de prolongar a vida do fruto para o consumo, diminui seu peso para o transporte e o espaço necessário para o seu armazenamento. Desidratar lichias é uma excelente opção de renda diferida no período pré e pós safra.

 

73. A produção chinesa de lichia em calda e congelada é exportada principalmente para o mercado japonês. Outros importadores de lichia em calda enlatada e congelada são os Estados Unidos, a Coréia do Sul e a Austrália, além de alguns países europeus como Itália, França e Inglaterra.

 

74. Em 2009 Lichias.com inicia sua produção de lichia em calda e geléia de lichia, com exportação para os Estados Unidos e Inglaterra.

 

75. Uma das principais causas de deterioração da lichia fresca é a quantidade de água livre presente em seu fruto. Para reduzir esse problema e aumentar a vida do fruto, a desidratação osmótica tem sido utilizada como pré-tratamento de processos tradicionais como secagem a ar por convecção, microondas e liofilização.

 

76. Na desidratação por processo osmótico ocorre a imersão do fruto em solução concentrada de açúcar, onde ocorre a desidratação parcial do tecido e a captação de sólidos. É um processo de fácil aplicação que reduz suavemente a atividade da água da fruta e limita o processo de deterioração, especialmente nas células mais externas, as quais sofrem um maior grau de desidratação e podem agir como uma barreira para o resto do tecido, tornando-o mais flexível e menos denso.

 

77.Publicações e divulgações dos benefícios nutricionais da lichia, fundados em estudos científicos, intensificarão a procura desse alimento por parte do consumidor, vez que a população está procurando opções para uma alimentação saudável com o uso de produtos naturais e fitoterápicos.

 

78. A lichia é uma fruta altamente perecível. Após a colheita, em dois ou três dias inicia-se o processo de desidratação e escurecimento do pericarpo, diminuindo a qualidade do fruto e a perda gradual do sabor.

 

79. Vários fatores são limitantes ao desenvolvimento comercial da lichia, a rachadura provocada ora pela irrigação insuficiente no período de molhamento, e isto causa um crescimento da polpa maior do que a casca, provocando suas rachaduras. A queimadura pelo sol é outro fator que limita a vida útil do fruto.

 

80. A falta de materiais adequados à plantação, a falta de variedades adequadas com maturidades diversas e o estabelecimento lento das árvores, além do controle deficiente dos parasitas como ácaros e alto custo de colheitas, embalagens e pouca tecnologia disponível resultam numa redução do potencial comercial da lichia.

 

81. Os chineses são potenciais importadores de lichia brasileira, uma vez que as datas de colheitas não são coincidentes. Lichias.com já foi procurada para esse fim e estaremos ajudando a produtores nacionais a escoarem suas respectivas safras. Esperamos em breve poder postar aqui uma notícia de exportação de lichias do Brasil para a China.

 

82. Toda a produção brasileira é ancorada na variedade bengal que, apesar de baixa rentabilidade da polpa, do ponto de vista comercial é atraente, pois quando na fase adulta pode atingir níveis de produção equivalentes a 300 kg por exemplar por ano. 

 

83. A média de produção de uma lichieira é de 50 kg de fruto por exemplar por ano, mas isto pode variar bastante em razão da variedade e condições geoclimáticas além de práticas agrícolas.

 

84. Os grandes centros produtores não utilizam mais a variedade bengal para seus pomares, pois preferem variedades com maior índice de sementes abortadas, gerando maior quantidade de polpa. Entretanto a utilização de subprodutos decorrentes da semente podem tornar os cultivares de variedade bengal muito mais atraentes sob o aspecto comercial. Óleos essenciais, ácidos graxos, sementes torradas e salgadas para consumo são apenas alguns exemplos de potenciais usos da semente da lichia após a extração da polpa.

 

85. Recentemente foi autorizada pelo Ministério da Agricultura a importação de 600 mudas de lichia australiana da variedade “Kwai May Pink”, e isto pode significar um novo cenário para a produção de polpas no Brasil.

 

86. Na safra 2004-2005 foram comercializadas somente no CEAGESP (Estado de São Paulo) 530 mil caixas de 3,5kg de lichia. O preço médio da caixa foi de R$ 22,66, resultando em um preço médio ao Kg de R$ 6,47. Em 2006 a abundância de safra fez com que os preços caíssem bastante.

 

87. O CEAGESP (Estado de São Paulo) divulgou que o consumo de lichia nos anos de 2007 foi de 1.000 toneladas e em 2008 sem contabilizar o consumo de dezembro desse ano, foi de 800 toneladas.

 

88. Sob o ponto de vista industrial as perspectivas da exploração da lichia são bastante promissoras, considerando o valor agregado que ela possui.

 

89. Inúmeros produtos cosméticos são produzidos a partir do uso de extrato metanólico do pericarpo da lichia, tais como xampus, espumas de banho, cremes, loção, bastão, pó e pomadas. São utilizados para o cuidado com a pele e o cabelo, como protetores solares e contra radiações UVA e UVB.

Também são utilizados para controle do envelhecimento e antiidade e como inibidores de protease, colagenase e elastase.

 

90. As propriedades da lichia tem uso farmacêutico administrados via oral em comprimidos, drágeas, cápsulas, xaropes, soluções ou granulados e são úteis no controle dos radicais livres e também antiinflamatórios.

 

91. Em exames laboratoriais foi constatada a presença de 39,95 mg de vitamina C a cada 100 g de lichia variedade bengal cultivada no Brasil, no primeiro dia da colheita. No oitavo dia pós colheita, a quantidade de vitamina C era de 36,07 mg por cada 100 g de fruta. Pode afirmar que o consumo de 13 a 15 frutos dessa lichia fresca supre as necessidades médias IDR para vitamina C em adultos.

 

92. O melhor processo de desidratação da polpa da lichia foi obtido pela utilização de pH a 3,00 Brix de 55, seguidos de 3 horas de imersão em solução osmótica a 40 graus C seguidos de 24 horas de desidratação em estufa a 55 graus C, com utilização de xarope de glicose a 10%.

 

93. Nas amostras desidratadas de lichia produzida e desidratada no Brasil não foram observados crescimentos para coliformes totais e fecais bem como para salmonela. Assim sendo, a fruta desidratada osmoticamente é segura para o consumo devido a não verificação de crescimento microbiológico.

 

94. Constatou-se uma pequena perda nutricional quando do congelamento de lichia, principalmente com relação às concentrações de vitamina C que é mais sensível.

 

95. A lichia tem propriedades antioxidantes superiores aos da polpa de pequi e da polpa de cagaita. O seqüestro de radicais livres é um dos mecanismos pelos quais os antioxidantes inibem a peroxidação lipídica e contribuem para a proteção contra o dano oxidativo.

 

96. Mesmo após a desidratação, sob avaliação das características organolépticas (aparência, odor e sabor) o produto decorrente da lichia desidratada apresenta sabor agradável e aspecto atraente. O uso de xarope de glicose no processo de desidratação osmótica contribui para a melhoria do aspecto do fruto desidratado, acentuando o seu brilho e convidando à sua degustação.

 

97. A ausência de salmonela e de coliformes em testes microbiológicos com lichia desidratada osmoticamente assegura que, havendo boas práticas na fabricação, o produto resultante é seguro para o consumo.

 

98. O cobre é o mineral encontrado em maiores concentrações na lichia, representando 26,7% do IDR quando se trata de consumo de fruto fresco, 22% quando se trata de fruta congelada e 75,6% quando se trata do consumo de fruta desidratada.

 

99. Os teores de vitamina C resultam em 40 mg para frutos frescos, 15 mg para frutos congelados e 11 mg para frutos desidratados, sempre considerando a quantidade de 100 g de fruto.

 

100. Um processo conveniente para a conservação de frutos de lichia são o congelamento e a desidratação osmótica.

 

101. A família das sapindaceae à qual a Lichia pertence, possui cerca de 150 gêneros e mais de 2.000 espécies. No Brasil foram descritos 24 gêneros e 400 espécies.

 

Todas as propriedades da lichia apresentadas neste artigo precisam ser minuciosamente investigadas para a obtenção dos máximos benefícios que a lichia pode oferecer à população mundial.

 

Os dados aqui apresentados foram coletados de várias fontes, tendo sido relevantes os estudos empreendidos pelos pesquisadores abaixo reverenciados bem como a literatura por eles apresentada:

YAMANISHI, Osvaldo Kiyoshi, Panorama da Produção de Lichia na China, Edição 2005.
MOTTA, Eduardo Lopes, Avaliação da Composição Nutricional e Atividade Antioxidante de Litchi Chinensis Sonn (Lichia) Cultivada no Brasil, RJ, 2009

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